Uma Estreia a Meio Gás
Passaram 9 dias desde o concerto de estreia da nova tornée do David Fonseca e caso não tenham notado, também passaram 9 dias desde o meu último post. Não foi coincidência. Passei estes dias atormentado, sem saber o que havia de dizer acerca do concerto, e para ser sincero ainda não tenho bem a certeza. Mas aqui vai:
David, esperava mais. Não posso dizer que fiquei desapontado porque não deixou de ser um grande concerto, mas sentia-se a falta de algo mais. Antes do concerto ele tinha prometido preparações cénicas como nunca antes vistas em Portugal, e se eu já lhe estava a dar o desconto normal sendo que compreendo que ele estava também a promover a sua tornée quando o disse, mesmo assim ficou abaixo das minhas espectativas. O cenário (ver foto acima) mais parecia uma peça de teatro infantil, com duas grandes árvores, de cartão ou madeira pintada, uma tela por trás dos músicos onde eram projectadas pinturas, sempre dentro do mesmo estilo, que estavam de alguma forma relacionadas com as canções, e uma bola de espelhos que passou a maior parte do tempo escondida junto ao tecto. E como se isto não bastasse, durante a maior parte do concerto esteve em palco um David Fonseca muito pouco comunicativo, especialmente na parte inicial.
Então, depois disto tudo, como é que eu posso dizer que não fiquei desapontado? É que por muito que ele goste de experimentar com cenários e efeitos e tudo o resto, a sua capacidade de criar e transformar canções emotivas parece nunca falhar. Aquelas que no álbum já o eram, assim continuam ao vivo, e as outras ganham uma nova energia. A este novo álbum juntou-se o anterior e uma carreira nos Silence 4 e o resultado foi um concerto suportado pelo melhor de mais de uma década de criação musical. Com tempo para explosões de energia em músicas como "The 80's" ou "Our Hearts Will Beat As One", adaptações de clássicos como já vem sendo hábito, e para momentos mais íntimos em "The Longest Road" (ver foto à direita) que até deu lugar a algumas improvisações na letra, graças a um espectador não parava de interromper com insultos, os quais pareceram não ter qualquer efeito negativo, antes pelo contrário, até ajudaram a criar um momento de humor. O resto do público era no entanto o completo oposto. Fãs incondicionais que já estavam convencidos antes de começar e que só arrefeceram quando, quanto a mim cometendo um erro, ele decide repetir o tema "Who Are You" para terminar o concerto.
Como devem ter percebido foi uma noite algo confusa para mim. Não sei até que ponto é que o facto de eu ser fã condicionou a minhã opinião, mas no fim saí de lá satisfeito por ter ido, ao ponto de tomar a mesma decisão sabendo o que iria ver, mas sempre com aquela sensação agri-doce de quem sabe que este senhor é capaz de muito mais. Fica então esperança de que os erros sejam depressa corrigidos e de que tenhamos mais uma tornée inesquecivel.
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