O Valor de Uma Mulher
Acaso do destino, jogada pensada ou intervenção divina, este concerto aparece como um renascer de duas entidades que se tinham perdido algures desde o início do milénio. Em primeiro lugar a série Unplugged da Mtv. Depois de em 2002, Lauryn Hill nos ter dado um Unplugged no mínimo estranho, a Mtv decidiu pôr o projecto na gaveta e ninguém sabia ao certo quando (ou em caso extremo "se") iria voltar. Por outro lado se era evidente desde que Alicia Keys apareceu que a qualidade daquilo que compunha era excelente, não só para R&B ou Soul mas para qualquer estilo musical, era também algo óbvio que toda aquela produção e encenação que usava nas suas actuações estava de alguma forma a encobrir isso mesmo. Este concerto é então um renascer da Alicia Augello Cook e é uma óptima sensação saber que a sua carreira continua a estar assente numa base de elevada qualidade musical.
Apesar de começar da forma mais simples possível, com um tema acapella, depressa se nota que não estamos propriamente na presença de um Unplugged tradicional, chegando mesmo a fugir ao conceito, tendo um baixo eléctico e alguns teclados. Se esquecermos isso no entanto podemos apreciar um dos Unplugged melhor produzidos de sempre. Acompanhada por 16 músicos, ela dá um verdadeiro espectáculo com canções novas, canções antigas com novos arranjos e até poesia tudo envolto numa carga emotiva capaz de fornecer energia a toda a cidade de Nova Iorque, pelo menos durante uma noite.
Ela foi capaz de agarrar em temas que, graças ao êxito que tiveram, estavam já de alguma forma gastos e dar-lhes de novo vida. Começamos a ouvir e o primeiro pensamento é de que não estamos com vontade nenhuma de voltar a ouvir esta canção e ela logo de seguida como que nos diz "Esperem! Eu mostro-vos a alma desta canção!". E a verdade é que depois de ouvirmos uma vez só nos apetece voltar a ouvir. Aconselho em especial os temas "If I Was Your Woman", "How Come You Don't Call Me" e a cereja no topo deste bolo musical que é "Unbreakable".
Para tornar a noite um pouco mais especial, Alicia traz ainda Adam Levine (Maroon 5) para um dueto, naquele que é o verdadeiro momento Unplugged da noite, ao som de Wild Horses dos Rolling Stones. No fim e em jeito de festa aparecem ainda Common e Mos Def, aos quais se junta depois Damian Marley, proporcionando um final de noite algo diferente daquilo a que estamos habituados com Alicia.
Fã ou não fãs, este é um registo que toda a gente devia pelo menos conhecer, mas cuidado que aqui o difícil e não nos apaixonarmos por esta mulher.
3 Comments:
A Alicia é uma deusa ao piano, com aquela voz inimitável que esvoaça e se entranha em nós como hinos numa catedral. Tudo isso embrulhado numa refrescante normalidade de girl-next-door, que é como quem diz os dois pés assentes na terra.
E já agora, olá. Fiquei muito contente de ver o teu blog "renascido". :)
11:54 da tarde
Olá. Fico feliz por saber que me vens visitar de vez em quando.
Uma coisa que eu me esqueci de dizer em relação a este concerto é que ela, assim como a maioria dos músicos, passa o tempo quase todo com um sorriso na cara. E não é necessariamente por estar a acontecer algo com piada, mas simplesmente porque a música a está a fazer feliz.
12:01 da manhã
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7:45 da tarde
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